Assembleia geral define indicativo de greve para o dia 12


Até ontem à noite o silêncio do Congresso Nacional e do Executivo falava por si só: a ideia do governo e dos parlamentares que decidem sobre as pautas de votação nas comissões é “enrolar” os servidores e protelar o quanto for necessário a decisão pela aprovação ainda neste semestre dos PLs 6697 (MPU) e 6613 (Judiciário) que tratam da revisão salarial da categoria.

A interpretação das manobras no Congresso para empurrar com a barriga a aprovação dos reajustes foi levada pelo coordenador geral do Sindjus, Roberto Policarpo, aos participantes da assembleia geral que discute a possibilidade de uma greve, ontem, às 17h, na Praça dos Tribunais.

Ao final do encontro, por volta das 19h, duas propostas foram levadas à voto: a) greve a partir do dia 12; b) greve a partir do dia 6. Com apenas 6 votos contrários venceu a proposta de greve a partir do dia 12/5.

Durante a próxima semana, a partir do dia 4, haverá uma série de assembléias setoriais para mobilizar a categoria e explicar os motivos pelos quais a greve agora é o único instrumento que resta para forçar o Congresso e o governo federal a aprovar os PLs. “O ministro Cesar Peluso prometeu conversar o próprio Lula para que a questão orçamentária seja resolvida, mas se isto não ocorrer só nos resta fazer greve”, disse Policarpo.

Policarpo disse também em seu relato sobre as negociações com parlamentares e diretores de tribunais que recebeu do presidente da Comissão de Administração, Trabalho e Serviço Público, deputado Alex Canziani, a possibilidade do governo querer reduzir os valores de reajustes previstos nos projetos, mas esta foi rejeitada. “Não aceitamos um centavo sequer de redução de valores”, afirmou. No final da assembléia, o coordenador do Sindjus lembrou que em 2002 e 2006 o sindicato enfrentou o mesmo processo de manobras do governo e de parlamentares e acabou superando estes obstáculos. “Temos de confiar na nossa capacidade de mobilização e no esforço dobrado que temos desta vez porque agora é esta a hora de fazermos a maior greve de nossa história”, concluiu.

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