Corte orçamentário assusta, mas não desestimula luta da categoria

Depois do primeiro susto causado pelo anuncio do corte de 50 bilhões no orçamento da união os servidores do judiciário e do MPU voltaram a se organizar e decidiram que vão continuar na luta pelo reajuste salarial. “A tentativa de vetar a autorização para incluir o PL 6613/09 no orçamento deste ano foi enfrentada com coragem pelo Policarpo, agora deputado. Isso deve servir como estímulo à nossa mobilização. Ainda temos sim a possibilidade de ter nossos salários reajustados”, disse Jailton Assis, diretor do Sindjus durante visita ao Fórum Leal Fagundes nesta sexta-feira (11).

Marta Aparecida dos Santos, técnica do MPDFT, ficou mais aliviada e entusiasmada após a conversa com os diretores do sindicato. “Todos os servidores com pretensão de carreira se sentiram ameaçados com esse corte orçamentário. Isso é uma coisa que amedronta de todas as formas. É como se fosse um congelamento de salário, em que não se é combatido nenhum tipo de corrupção e o servidor público que vai pagar o pato no final das contas. Essa visita foi altamente esclarecedora e necessária nesse momento, principalmente para o caso de termos que fazer uma greve”, disse Marta.

A palavra greve, alias, não tem saído da cabeça dos servidores que estão realmente dispostos a usar todas as armas para mostrar aos três poderes que a valorização dos trabalhadores do judiciário e do MPU é fundamental neste novo governo. “Temos expectativa que saia esse aumento. Vamos lutar por ele e fazer greve se necessário”, ressaltou Dário Matheus de Oliveira, técnico judiciário do Fórum Leal Fagundes. “É preciso pressão e o apoio da alta administração do poder judiciário. Temos que sensibilizar o ministro Peluso, que garantiu que já existia um acordo para a aprovação. Sem o apoio e a ação dele vai ficar complicado. Quanto a nós da categoria, temos que participar das ações promovidas pelo sindicato para conseguir essa sensibilização dos poderes”, ressaltou Alexandre Alves de Oliveira, analista judiciário do Leal Fagundes.

Ao que tudo indica essa pressão que os servidores do judiciário e do MPU estão dispostos a fazer para a aprovação do plano não vai aumentar. “Já que o Peluso precisa dessa motivação para ele ir lá e aprovar o nosso plano, porque não fazer contato com todos os presidentes de todos os tribunais para que eles se unam a nós e façam uma pressão junto ao ministro?”, sugeriu Ana Betariz Moreira, técnica judiciária. Os servidores do MPDFT lotados no Leal Fagundes vão além, e querem uma participação mais ativa do procurador-geral nas negociações. “Esse comportamento do Gurgel só faz com que cada vez mais os servidores tenham vontade de se afastar do MP. Essa pacividade demonstra uma desvalorização da nossa categoria, do que a gente representa pra eles”, alerta Patrícia Moisés, técnica do MPDFT.

A visita ao Leal Fagundes faz parte do cronograma de ações do Sindjus aprovado na reunião de delgados sindicais. Até o dia 14 de março todos os órgãos serão visitados.

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