Jornal de Brasília: Insatisfação Garantida

Servidores do Judiciário e do Ministério Público da União estão em ponto de ebulição e admitem com mais frequência em adotar a greve como forma de pressionar o Governo Federal. O assunto paralisação de atividades é cada vez mais recorrente nos encontros que o Sindjus tem promovido em cada um dos órgãos da Justiça no DF. A insatisfação, que beira a desilusão, também é dirigida à suposta falta de atitude do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), César Peluso, e do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em defesa dos interesses do segmento. Enquanto os debates pegam fogo nas visitas aos locais de trabalho dos servidores, a entidade sindical critica “o barulho dos magistrados por conta da demora em aprovar o projeto que reajusta seus subsídios”, em alusão à medida – Mandado de Injunção (MI) – impetrada no STF pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), para garantir a votação do reajuste aos ministros. A iniciativa da magistratura alega desrespeito do Congresso Nacional por ter encerrado as atividades de 2010 sem votar o PL 7749/2010, que está na Casa desde agosto do ano passado. “O projeto deles beneficia dois mil juízes, e o nosso, mais de cem mil funcionários da Justiça. Enquanto o deles espera há seis meses, o nosso está no Congresso desde dezembro de 2009”, diz, em tom de desabafo, nota do Sindijus . “Se os parlamentares precisam de um MI para se sentirem pressionados, como foi feito pela magistratura, eles terão”, afirma o coordenador-geral do Sindjus, Cledo Oliveira.

IMPLOSÃO

Também dirigente da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União, Cledo propôs à entidade o encaminhamento de MI específico para a aprovação dos PLs 6613/2009 e 6697/2009, já que o Sindjus não pode realizar esse tipo de ação por não ser entidade nacional. “O Judiciário está a ponto de implodir. Só não enxerga quem não quer. Os magistrados ficam querendo abafar nosso plano e esquecem que precisam do nosso trabalho. A casa dividida não pode prosperar ”, avaliou André Barcelos, técnico do Tribunal Regional Federal, durante visita dos sindicalistas ao órgão.

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