Jornal de Brasília: Servidor revolta cada vez maior

Insatisfação com governo Dilma leva funcionalismo de volta às ruas

Servidores públicos de todos os estados do País prometem transformar a Esplanada dos Ministérios em um grande acampamento caso não sejam atendidos pela ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, na próxima quarta-feira, quando realizam o segundo ato nacional da Campanha Salarial Unificada 2011.

O objetivo é conseguir que a ministra reabra o processo de negociações com a categoria.

A expectativa dos organizadores é reunir 20 mil servidores públicos federais em Brasília, entre ativos, aposentados e pensionistas. “Va m o s repetir a marcha que realizamos em fevereiro e promover uma vigília em frente ao Ministério do Planejamento”, observa Josemilton Costa, secretário-geral da Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais (Condsef). A entidade, que representa cerca de 800 mil trabalhadores do Executivo Federal, é uma das 26 envolvidas no protesto.

Segundo Josemilton, de fevereiro até agora, a relação entre os servidores e o Governo Federal continua estagnada. ”A única coisa que mudou foi o aumento da revolta e da indignação dos servidores com as primeiras decisões tomadas no início do governo Dilma. O silêncio do governo continua incomodando”.

Desta vez, no entanto, a manifestação pode tomar rumo diferente daquela do início do ano. ”Insistiremos para sermos recebidos pela ministra ou que se trace um cronograma de ações envolvendo representantes dos trabalhadores e do governo. Não arredaremos pé da Esplanada enquanto não houver resposta às nossas necessidades”, avisa Sérgio Ronaldo, diretor de Imprensa da Condsef.

Em pauta, além das reivindicações da campanha salarial, está a continuidade de negociações pendentes no governo Lula. Entre elas, por exemplo, a equalização de tabelas a partir da Lei 12.277/10, que criou remuneração diferenciada para cinco cargos de nível superior na administração pública e promoveu distorções salariais. “Há outros itens que já haviam, inclusive, alcançado acordo e aguardam somente o encaminhamento ao Congresso”, salienta Josemilton.

O Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério Público da União é uma das entidades com presença garantida na manifestação. Embora tenha suas próprias aspirações, o sindicato se engajou na luta conjunta contra o congelamento salarial e a retirada de direitos dos trabalhadores.

ARROCHO

Os servidores do MPU estão esperando há dois anos, pela aprovação do seu Plano de Cargos e Salários, e podem parar em todo o País caso o governo não coloque o projeto para andar. “Nossa categoria não aguenta mais o arrocho e, por isso, estamos perdendo nossos melhores quadros para carreiras mais competitivas”, diz Roberto Negri, diretor do sindicato.

O secretário-geral da Condsef ressalta o ineditismo de se reunir 26 entidades nacionais representativas de servidores públicos, incluindo três centrais sindicais, na campanha. “A unidade é prova do comprometimento e engajamento dos servidores do Executivo Federal com a luta por melhores condições de trabalho e a busca por serviços públicos de qualidade.”

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