Ato no Nereu Ramos: Apoio de deputados aumentará nas próximas semanas

A adesão de deputados federais à luta pela aprovação dos PL 6613/09 e 6697/09 poderá ser ainda mais se for depender dos parlamentares que estiveram ontem durante ato no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. O comprometimento de cada um deles com a categoria sensibilizou os servidores presentes, que saíram de lá ainda mais engajados em participar do movimento grevista. O deputado Policarpo (PT/DF) anunciou que o ato de ontem foi o primeiro de vários que serão feitos na Câmara dos Deputados nas próximas semanas. Até porque é necessária a aprovação das proposições em duas comissões da Casa antes de serem remetidas ao plenário.

Confira trecho do discurso que cada parlamentar presente pronunciou aos servidores:

Deputado Policarpo (PT/DF)

“Eu tenho um compromisso com essa categoria. Eu não posso me deitar tranqüilo enquanto não aprovar esses dois projetos e quero contar com o apoio de todos os servidores para que possamos fortalecer nosso movimento. Não tenham medo de corte de ponto, isso pode até acontecer, mas o que vocês vão conquistar é muito mais do que isso, é a dignidade de cada um. Vamos criar uma rede de fortalecimento. Usem o Facebook, Orkut, fórum, seja o que for, e ligue para o colega e o chame para a greve. Se ele já estiver na greve, dê parabéns. Se não, chame o colega. Também faremos isso Congresso. Não vamos conseguir o que queremos sem greve”.

Deputado Amauri Teixeira (PT/BA)

“Policarpo está numa situação difícil. É uma pressão muito grande sobre o relator, mas sempre acreditamos que iríamos achar uma saída adequada. Ele teve a coragem de fazer o parecer e esse é o primeiro passo para se corrigir essa injustiça. Os servidores foram escolhidos como bode expiatório pelo Governo Federal. O servidor tem que ser respeitado e valorizado. Ele precisa da pressão de vocês, é preciso cobrar do deputado que cada um votou. Muitos deputados não têm compromisso com nada, muito menos com o servidor público”.

Deputado Assis de Carvalho (PT/PI)

“Sou suspeito para externar meu apoio. Minha esposa é militante, servidora do Judiciário como vocês, no Piauí. Precisamos acumular forças. Queremos crescer juntos com o Brasil. Não vamos abrir mão disso. Temos o companheiro Policarpo, um deputado que respeitamos. Mas não vamos deixar só nos ombros desse deputado essa responsabilidade, mas é isso aqui o que mobiliza esta Casa, que é movida a pressão. Há outras correntes contrárias. Conte conosco, sou membro da comissão onde há um grande debate. Você tem mais do que o meu voto: o compromisso de tentar convencer outros deputados”.

Deputado Chico Lopes (PCdoB/CE)

“O que estão fazendo com a Justiça é uma injustiça. Quero que os meus colegas deputados tenham a mesma subserviência que aprovaram o aumento dos ministros para aprovar o de vocês também. Somos 513 deputados federais. Precisamos também que desmistificar que o servidor do Judiciário ganha altos salários porque alguns têm ordenado de R$ 2 mil. Sem preconceito a outras profissões, mas temos policiais ganhando o dobro da gente. Nós prestamos serviços dos mais sérios e lutamos contra os deveres da população”.

Deputado Luiz Couto (PT/PB)

“Não é possível que vocês fiquem cinco anos sem reajuste. Podem contar com meu apoio, com a assinatura do manifesto e com o voto favorável ao projeto. Para que vocês recuperem a dignidade que deveriam ter tido há muito tempo. Sabemos que outras categorias tiveram reajuste e vocês não. Fiz questão de vir aqui para dizer que podem contar com o apoio e voto do Luiz Couto”.

Deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP)

“É importante o ato que vocês fazem aqui e isso é preciso chegar à cabeça dos ministros. Eles não são ninguém sem vocês, não tem ministro sem vocês. Quem garante o Judiciário são os funcionários. O juiz só assina o que vocês fazem. É importante que todos os ministros do Supremo e TSE saibam que pode não haver eleições sem vocês. Conte comigo um abraço e até a vitória”.

Deputada Alice Portugal (PCdoB/BA)

“Os direitos de vocês precisam ser reconhecidos não só pelo Legislativo, mas pelo Judiciário e Executivo. Nós temos enfrentado momentos difíceis para o funcionalismo público federal. Temos tido deputados até que acham que a terceirização é a saída. Vamos enfrentar a incompreensão de alguns que tentam sacrificar os sindicatos. É preciso fortalecer os sindicatos, a estrutura sindical, para que sem dúvida, esta e outras categorias saiam vitoriosas”.

Delegado Protógenes Queiroz (PCdoB/SP)

“Vocês estão fazendo o certo, que é mobilizar. Isso há muito tempo foi esquecido nesse país. O movimento de vocês é o resultado do que tem feito Judiciário, para discutir a melhoria na qualidade de vida, salarial, e criar ambiente saudável de trabalho. Não tem governante desse país que venha justificar aos senhores, ao parlamento, que não existem condições financeiras que não existe condições financeiras dessas demandas. São condições mínimas de trabalho. Quero reafirmar que nesse mesmo auditório, há duas semanas, lançamos a Frente Parlamentar da PEC 300, uma semana depois veio a resposta do estado (a prisão dos bombeiros no RJ), a reivindicação levou ao cárcere. Nós não concordamos com a opressão, a violência, mantenham-se mobilizados”.

Deputado Daniel Almeida (PCdoB/BA)

“É importante a luta organizada, a favor de um estado forte, para atender as demandas da sociedade. Tenho mais experiência na luta de sindicalista do que na de parlamentar. Fui do Sindicato dos Operários do Pólo Petroquímico da Bahia em 1982, temos uma trajetória de luta. Os trabalhadores do meu tempo, quando existia a ditadura, enfrentavam o governo com mais vontade e conseguimos muita coisa a partir da nossa luta. Acreditamos muito nisso. Sem o servidor não é possível pensar nessa direção. Não estamos pedindo nada a ninguém, queremos que a nossa luta seja materializada nas políticas públicas que nós elegemos. Esse processo não está completo e por isso é necessária essa luta. A bancada do PC do B estará junto com vocês nesta batalha. Isso é bom para o Estado brasileiro e bom para a democracia”.

Deputada Érica Kokay (PT/DF)

“A greve é um direito neste país. Foi conquistada com muita dor pelos trabalhadores na Constituição Federal, mas foi conquistada com muita esperança de construirmos uma sociedade onde os trabalhadores se sentissem livres. Estamos assinando o manifesto, mas queremos tirar uma comissão de parlamentares para ir aonde for necessário , seja no poder judiciário, seja no executivo, na presidência da Câmara, onde nós possamos dizer que respeitem os servidores, porque do trabalho deles depende a construção de um país democrático e republicano. Vocês carregam muita coragem

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