Diário de greve: Milhões agitaram o STF

Milho verde, quadrilha e música no protesto junino. Foi nesse clima de São João que servidores do Judiciário em greve participaram de ato no STF para cobrar a aprovação do reajuste da categoria. Mesmo com a proibição do uso de apitos e carro de som, o sindicato conseguiu reuniu os manifestantes no pátio do prédio onde ficam os gabinetes dos ministros. O resultado foi de muita animação. Mil espigas de milho foram cozidas e distribuídas durante o ato.

A faixa colocada no chão era para chamar a atenção do ministro Cezar Peluzo, que ainda não demonstrou acessível para negociar com o Governo Federal a aprovação do Plano de Cargos e Salários do Judiciário, previsto no relatório do deputado Policarpo ao PL 6613/09. O texto era claro: “STF, faça valer sua palavra. Aprovação dos PCS já!”.

“Para conseguirmos nossos direitos, só mesmo a greve. Quando eles querem aprovar os salários deles, se reúnem e numa canetada decidem. E quando é para o nosso aumento, não fazem nada. Tem que ser na pressão”, desabafou o servidor do STF Samuel de Souza Pinto. Ele está no órgão há 28 anos e se ressente quando lembra das perdas salariais que teve nos últimos anos.

Sem ter aderido à greve, mas participante do ato do Sindjus, a servidora Teresa Fernandes, há 22 anos no STF, disse que tem visto seu poder aquisitivo diminuir a cada ano. Ao invés de PCS, ela defende um amplo Plano de Carreira que incentive o servidor a estudar e a se sentir mais valorizado. “Não acho correto recebermos apenas aumentos por gratificações. Nossa carreira precisa de valorização”, opinou.

Mesmo tímidos, outros servidores que ainda não aderiram à greve se arriscaram e desceram para o ato. Foi o caso de duas colegas que pediram para não terem os nomes divulgados. Uma delas disse que espera do ministro Peluso um posicionamento em relação à greve. “Gostaria muito de saber a opinião dele. Se ele se posicionasse contra, seria bem melhor que o silêncio”, afirmou. A colega lamenta que o seu reajuste salarial dependa dos presidentes dos órgãos. “Os nossos salários estão definhando. A categoria precisa ser mais combativa”, disse.

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