Diário de greve: Mesmo barrados, servidores conseguem se mobilizar e fazem ato na Câmara dos Deputados


De gabinete em gabinete, nove equipes de servidores do Judiciário e do MPU em greve há 42 dias tentaram convencer os deputados da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados a votar favorável ao relatório do deputado Policarpo (PT/DF) ao PL 6613/09, que prevê a reestruturação das carreiras. A maior parte dos parlamentares tem se mostrado sensibilizada com as reivindicações. Mesmo quando não conseguiam as assinaturas para o Manifesto do Sindjus imediatamente, os grevistas conversaram com os assessores políticos, explicaram o teor do relatório e pediram o voto do deputado. O Manifesto foi lançado durante ato no auditório Nereu Ramos, no dia 14 de junho, e solicita apoio para a aprovação dos PLs 6613/09 e 6697/09 (reestruturação das carreiras do MPU).

Enquanto isso, outro grupo de grevistas conseguiu protestar no corredor que liga as comissões da Casa ao plenário, depois de muito negociar com a segurança. Por mais de uma hora, os servidores foram impedidos de entrar na Câmara, onde pretendiam fazer um ato, parando todos os parlamentares, para convencê-los a votar favorável ao reajuste do Judiciário tão logo a matéria chegue ao plenário.

Ao todo, o Sindjus já recolheu 101 assinaturas de parlamentares favoráveis ao reajuste dos servidores, que estão sem aumento há cinco anos. Esse número representa quase um quinto dos parlamentares da Casa, composta por 513 deputados. Só hoje foram 32 assinaturas colhidas. Depois de aprovada pela Comissão de Finanças, a matéria terá de passar ainda pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação para só depois ser votada em plenário. O quorum para aprovação é de maioria simples. Por esse motivo, é cada vez mais importante o engajamento de todos os servidores nas mobilizações. Foi o que fez o servidor do TSE Adilson José Raposo, durante o ato de hoje. Ele se assustou quando soube que não poderia entrar na Câmara dos Deputados. “Isso é um absurdo. Nada disso é preciso. Como impedir os servidores do Judiciário entrar na Casa do povo? É um desrespeito com a nossa categoria”, disse, indignado. Mesmo com a resistência, Adilson garante que não vai parar: “Nossa manifestação faz parte da democracia”.

Também do TSE, o servidor Lucas Ferreira de Lima mostrou-se perplexo com a resistência dos seguranças da Câmara. “Isso é uma desmoralização para o Judiciário”, opinou. Já a servidora do TST Maria Regina da Silva Nascimento, o movimento deve ser reforçado ainda mais. “Precisamos demonstrar ainda mais força. Por isso eu insisto em chamar os colegas para a greve”, disse.

E amanhã (29-06), o clima deve esquentar ainda mais. A partir das 10h, os servidores esperam que o presidente da Comissão de Finanças, deputado Cláudio Puty (PT/PA) coloque em pauta para votação o PL 6613.

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