Correio Braziliense: Greve com ar condicionado

Magistrados de todo o país participaram ontem de uma greve relâmpago. A categoria reivindica 15% de reajuste salarial, a título de reposição de inflação, além de mudanças na política de segurança e previdênciária. A paralisação de um dia teve adesão de cerca de 80% dos juízes. A expectativa era de que o julgamento de mais de 20 mil processos fosse interrompido, mas a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que o número foi bem inferior. “Ao contrário do que era esperado, o movimento não prejudicou o andamento da Justiça Federal”, disse o procurador Marcelo Siqueira.

No Distrito Federal, 75% dos profissionais pararam e a análise de 645 processos foi adiada. Os juízes e membros do Ministério Público da União (MPU) participaram, em Brasília, de um ato no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. O protesto, com manifestações das entidades que representam a categoria, foi realizado em uma confortável sala com ar condicionado e teve direito a coquetel e a tira-gosto. “Nossa pauta é muito simples, mas as negociações estão lentas. Caso não avancem, pretendemos parar por tempo indeterminado, a partir do início de 2012”, expôs a presidente da Associação Nacional dos Magistradosda Justiça do Trabalho (Anamatra), Noemia Porto.

Os juízes federais haviam paralisado suas atividades em 27 de abril, mas não tiveram nenhuma reivindicação atendida. “As condições de trabalho são precárias. O número parece pequeno, mas cerca de 30 magistrados estão em depressão ou prestes a cometer suicídio”, argumentou Noemia.

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