Correio Braziliense: Blitz para aprovar fundo

O crescimento no rombo da Previdência do setor público, que em 2011 atingiu a marca de R$ 56 bilhões, aumentou a pressão do Executivo sobre o Congresso para a aprovação do Projeto de Lei que cria o Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais (Funpresp). A intenção é aprovar o novo regime, que tramita com urgência constitucional na Câmara, ainda no primeiro semestre deste ano — evitando, assim, o tradicional esvaziamento do Legislativo com as eleições municipais.

O governo também tem pressa porque pretende que os futuros servidores iniciem suas carreiras já sob as novas regras. Para impedir que o Congresso empurre a votação com a barriga, o Palácio do Planalto sinaliza com a possibilidade de suspender a realização de concursos públicos até que o projeto seja aprovado. Com isso, jogam sobre o Congresso a responsabilidade pela não realização das provas.

Em outra frente, o Planalto age para atenuar a oposição exercida pelas centrais sindicais à mudança no regime de Previdência do funcionalismo federal.

O escalado para a tarefa é o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. “Sabemos que, nesse jogo, a correlação de forças é desigual. Não temos chance de derrubar uma pauta como essa”, reconhece o diretor-executivo da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Pedro Armengol. “O diálogo já está tensionado porque os servidores estão sem reajustes há dois anos”, completa Armengol. A expectativa é de uma onda de greves a partir de março.

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