Atores vão à Câmara na tarde de hoje encenar submissão do Legislativo
Hoje (17), às 17h, na entrada da Câmara dos Deputados (Anexo II) que
leva ao corredor das comissões, um conjunto de atores vai abordar os
parlamentares, utilizando o melhor do humor crítico, no intuito de
demonstrar a subserviência dos parlamentares ao Executivo no que diz
respeito ao PL 6613/09, que trata do reajuste salarial dos servidores
do Poder Judiciário e que está desde o dia 17 de junho de 2010
estacionado na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.
O PL em questão vem enfrentando uma série de medidas protelatórias por
parte do governo, que desrespeita constantemente a autonomia dos
Poderes Legislativo e Judiciário. Transformando essa realidade em
encenação artística (bem mais inocente do que a encenação política
realizada por muitos parlamentares), esses atores vão se prender a
correntes e bolas de ferro e interagir com os parlamentares.
O objetivo é provocar os brios do Legislativo que está sendo
desmoralizado pelo Executivo. Os atores também vão reproduzir, por
meio da arte, que a Câmara dos Deputados está tendo usurpada sua
autonomia. O Palácio do Planalto, com sua política de reajuste zero,
impede que os parlamentares analisem e votem os projetos dos
servidores públicos. Os servidores do Judiciário tiveram seu último
reajuste aprovado em 2006 e, desde então, só acumulam perdas
inflacionárias e defasagem salarial em relação a carreiras análogas.
O esquete acontece na véspera de mais uma reunião da CFT. No dia 21 de
março, o presidente da comissão, deputado Antônio Andrade (PT-MG),
firmou acordo com lideranças partidárias para que o PL 6613/09 fosse
votado no dia 11 de abril. No entanto, o Executivo manobrou para que a
reunião não alcançasse quórum. Desde que esse projeto foi enviado pelo
Supremo Tribunal Federal à Câmara o governo trabalha para obstruir sua
tramitação.
A crítica a ser feita pelos atores na tarde de hoje vai se somar às
atividades de mobilização encampadas pelos servidores do Poder
Judiciário, que amanhã (18), vão lotar, mais uma vez, os corredores da
Câmara e o Plenário da CFT com um único objetivo: pressionar os
parlamentares para que eles se libertem das correntes do Executivo e
aprovem o PL 6613/09, um projeto que trará benefícios para os
servidores e administrações do Poder Judiciário, bem como para a
sociedade.