A quarta-feira rendeu muitas adesões à greve

As manifestações em frente ao STF e Palácio do Planalto, hoje (15/8),
demonstraram que é cada dia maior a disposição dos servidores do
Judiciário e do Ministério Público em aderir à greve e participar dos
atos públicos para reivindicar a inclusão da proposta da categoria na
Lei Orçamentária da União.

Muita gente estava hoje pela primeira vez com a bandeira do Sindjus na
mão, expressando a sua insatisfação pela falta de reajustes salariais
há seis anos. Cerca de 1.500 servidores do Judiciário estiveram na Praça dos Três Poderes e interromperam o trânsito em frente à sede do Executivo.

“Estou hoje pela primeira vez no movimento. Precisamos dar mais visibilidade às manifestações”, relata Alan Cavalcante, que trabalha no TJ sede. Além de ir para a rua, ele ainda contribuiu para convencer colegas indecisos.

Alan mandou convites para adesão à greve, por meio de mensagens pelo celular e também usou o Facebook. “Esse tipo de chamado é espontâneo e super eficiente”, diz.

Decisão – O movimento desta quarta-feira começou na assembléia dos servidores em frente ao STF, às 16h, e por votação da categoria se transformou em ato público, com caminhada até o Palácio do Planalto.

Com um bebezinho de quatro meses ainda na barriga, Adriana Oliveira, técnica judiciária da 2ª Vara da Fazenda Pública (Fórum Verde) colocou um chapéu na cabeça para se proteger do sol e não esqueceu de levar a garrafinha de água para a caminhada.

“Estamos na reta final, o movimento está se fortalecendo. Aderi na segunda-feira. Decidi depois do arrastão feito pelo Sindjus na semana passada. “Quando eu percebi a organização do movimento, não tive mais dúvida. Estou exercendo o direito de fazer greve, e meu papel é chamar outras pessoas a se conscientizarem também”, conta Adriana.

Superação – João Paulo Brito, técnico judiciário do Fórum de Taguatinga também se mobilizou pela primeira vez nesta quarta-feira. “Parei para conversar com as pessoas do sindicato, hoje vim para ver e provavelmente vou aderir à greve”, relata. Ele não viu problema em entrar no movimento usando cadeira de rodas.

“Tive que andar no meio da rua por causa das grades que colocam no caminho dos manifestantes, mas estou aqui. Vim porque estou vendo o movimento crescer”, relata João Paulo.

Ele estava reunido com colegas do Fórum de Taguatinga, na Praça dos Três Poderes. Foi influenciado por eles a participar. “Temos feito um trabalho de convencimento tanto nos piquetes como nas conversas particulares, no corpo a corpo com os colegas”, conta Sérgio Vieira, que é delegado sindical e trabalha com João Paulo.

Com os dois estava ainda Aline de Souza Fernandes, analista judiciária. “Percebi que quanto maior número de adesões, mais perto ficamos de conquistar nossas reivindicações. O que me mobilizou para estar aqui hoje foi justamente a união”.

O quarto integrante do grupo era Anderson Evangelista, que assumiu a greve desde 1º de agosto e que também influenciou muitos colegas a arregaçarem as mangas na luta por seus direitos. “Na semana passada, na marcha do Ministério do Planejamento ao Palácio do Planalto, tivemos um movimento muito bom. Mas hoje está muito melhor, a manifestação está muito grande e são só os servidores do Judiciário de do Ministério Público”, exclama.

“Viemos para a rua porque é visível que o movimento cresce de forma organizada e pacífica”, concordam os servidores Sebastião Magalhães e Fabiano Alencar, ambos do Conselho Nacional do Ministério Público.

O MPDFT de Ceilândia também engrossou a marcha. “A insatisfação é geral. E acabamos vendo que não há outra solução senão se unir à nossa categoria e reivindicar na rua”, afirma o técnico administrativo Márcio Vieira. “E por isso a adesão é cada vez maior”, conclui o seu colega Wilmar José dos Santos.

Cristina Ávila

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