Durante ato, servidores ocupam Plenário e forçam presidente do TRF a recebê-los

O ato dos servidores do TRF e da Justiça Federal, no início da tarde desta quinta-feira (4), teve resultado imediato: o presidente Mário César Ribeiro agendou, para o mesmo dia, reunião para receber em mãos o abaixo-assinado em favor do adiamento da Resolução nº 6 e por transparência no Pro-Social.

Com direito à passeata, apitaço, palavras de ordem e ocupação do andar da presidência e do Plenário, o ato de ontem foi uma continuação do ato realizado no dia 1º, data em que a Resolução nº 6, e consequentemente o reajuste arbitrário e abusivo do Pro-Social, entrou em vigor.

De segunda-feira para cá, mais e mais servidores se sensibilizaram e se conscientizaram sobre a importância de dizer “não” a essa arbitrariedade. Ao som de “Que País é Esse” e de outros clássicos da MPB, apresentados pelo cantor e compositor Ricardo Ribeiro, centenas de servidores demonstravam empolgação para lutar por um plano que é sustentado por eles.

Cartazes e faixas davam o tom da indignação com mensagens como: “Transparência já!”; “Maior participação dos servidores no Conselho Deliberativo”; “Chega de pagar a conta dos outros”; “Auditoria Já”; “Presidente, negocia”; “A palhaçada acabou, queremos respostas e respeito”.

Os servidores partiram para uma passeata em torno da entrada principal do prédio, gritando palavras de ordem: “Transparência Já!”; “Justiça na Justiça”; “Transparência na Justiça”; “Desce Presidente”. Em seguida, todos entraram no prédio numa marcha que culminou na ocupação do Plenário. O presidente, que presidia a sessão, informou que não receberia ali o abaixo-assinado e, sob a alegação de processo em segredo de justiça, os servidores foram obrigados a sair, sob um discurso ameaçador que incluiu falta disciplinar. Porém, o ato continuou em frente ao prédio.

“O que fizemos lá dentro mexeu com o presidente, tanto que ele vai nos receber ainda hoje; vai receber o abaixo-assinado pessoalmente, de nossas mãos. O poder da caneta não pode macular o fato de que estamos em uma casa que precisa ter justiça e democracia interna”, afirmou a coordenadora do Sindjus Ana Paula Cusinato, parabenizando a mobilização dos servidores.

A delegada sindical Eliane Alves explicou que quando foi cobrado da administração o estudo atuarial um servidor do quadro foi designado para fazê-lo. “Com um mês de atraso, foi entregue a nós um documento sem timbre nem assinatura, sinalizando, entre outros espantos, que nosso plano tem glosa negativa, isto é, foi pago mais do que o cobrado”, afirmou.

“Chega de silêncio. Se não nos mobilizarmos pelo Pro-Social, amanhã estaremos na fila do SUS”, afirmou o servidor Antônio Barbosa, que integra o plano desde sua fundação. “Quando esse plano começou, todo mundo era solteiro, sem filhos. Agora, aqueles mesmos servidores que sustentam o plano até hoje ao buscarem atendimento para os filhos e família sentem na pele o quanto o Pro-Social é injusto. Hoje, falam em déficit, mas não explicam o que foi feito com o dinheiro arrecadado no passado. O fato é que o nosso plano nunca teve transparência. Precisamos no unir e lutar para que a caixa-preta do Pro-Social seja aberta. Os colegas recém-chegados ao tribunal se não mobilizarem terão o mesmo destino de todos nós – a fila do SUS”, explicou.

Segundo José Oliveira (Zezinho) a mobilização tem dado resultado. “Antes, os servidores só pagavam a conta sem conhecimento de nada. Hoje, estamos no terceiro ato, e essa realidade já mudou drasticamente. Os servidores estão mais participativos e conscientes. Tenho certeza de que esse movimento por um plano de qualidade, por um plano transparente, por um plano com preço justo, por um plano que tenha maior participação dos servidores, só tende a crescer. Os servidores que fizeram esse ato bonito, esse ato histórico, estão de parabéns”, enfatizou.
Veja AQUI fotos do ato.

Crédito das fotos: Daniel Nogueira

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