Servidores são enrolados pelo Congresso enquanto Ministros tem reajuste aprovado na CTASP

A sessão do Congresso Nacional foi aberta pouco depois das 12h desta quarta-feira (7/10), com os pequenos pronunciamentos. Em razão da falta de quórum para iniciar a Ordem do Dia, o presidente Renan Calheiros interrompeu a sessão por 30 minutos. Ao final do prazo, verificando-se que o quórum na Câmara dos Deputados não foi alcançado, a sessão foi encerrada. Na Câmara o quórum necessário é de 247 deputados, sendo que apenas 220 registraram presença. O Senado alcançou o quórum de 41 senadores, contabilizando 65 presenças. Ainda não foi divulgada a data da nova sessão.

Vários parlamentares ocuparam a tribuna para destacar a manifestação dos servidores que ocorria do lado de fora e dentro do Congresso, bem como a realidade da categoria que há nove anos não têm um projeto de cargos e salários aprovado no Congresso Nacional. Na galeria, servidores vaiaram o líder do governo José Guimarães (PT/CE), que insistia no discurso da responsabilidade e do ajuste fiscal, mesmo no contexto em que o governo destina quase metade do orçamento para banqueiros.

Enquanto isso, sem se preocupar com ajuste fiscal, a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara, na manhã de hoje, rejeitou o parecer do deputado Nelson Marchezan Jr pela rejeição do PL 2646/2015 e aprovou o voto em separado do deputado Laércio Oliveira pela aprovação do projeto que eleva o salário de ministros para R$ 39.293,38 a partir de 1º de janeiro de 2016. Vale frisar que a aprovação contou com o lobby da cúpula do Judiciário e da presença de muitos magistrados no Congresso Nacional nesta quarta-feira. A matéria segue agora à CFT.

Mais uma vez, a categoria é desrespeitada. Enquanto a CTASP aprova reajuste para ministros, o Congresso utiliza a estratégia de não permitir o alcance do quórum para ganhar tempo, aproveitar a fragilidade do governo e garantir novas concessões. Nesse cenário, está ficando cada vez mais evidente que o PT quer jogar a conta do ajuste fiscal para a classe trabalhadora e que o PMDB, que sempre foi base aliada do governo, usa a categoria como moeda de troca para angariar mais benesses utilizando a justa luta por recomposição das perdas inflacionárias.

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