Defasagem da tabela do IR chega a 72% leva trabalhador a pagar mais imposto de renda

A defasagem histórica da tabela do Imposto de Renda (IR) impulsionada pela inflação ultrapassou a casa dos 70%, chegando a 72,2% nos últimos vinte anos. Mesmo sem a elevação de alíquotas, tal defasagem representa uma carga tributária maior para os trabalhadores brasileiros, fazendo com que até mesmo aqueles que não tiveram ganhos reais paguem mais imposto de renda. Isso porque, no período de 1996 a 2015, a inflação (260,9%) superou de forma avassaladora a correção realizada pelo governo nas faixas de cobrança do IR (109,6%). E os trabalhadores que ganham menos são os mais prejudicados pela defasagem.

Embora a correção da tabela pelo índice da inflação seja um direito constitucional, o governo tem fechado os olhos e lesado os trabalhadores. Essa defasagem só beneficia o governo, que acaba se apropriando da diferença entre o índice de correção e o de inflação. Estudos da PUC e do Sescon-RS, de abril de 2015, já revelavam que se a tabela fosse corrigida o número de contribuintes com desconto de IR nos salários diminuiria de 15,5 milhões para 7,6 milhões. Isso indica que o governo recolheu R$ 33,5 bilhões a mais do que teria arrecadado se a defasagem da tabela não existisse.

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