Campanha Setembro Amarelo visa prevenção contra o suicídio

Alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção é o principal objetivo da campanha Setembro Amarelo, realizada desde 2014 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Como o próprio nome aponta, ela acontece sempre no mês de setembro, por meio da identificação de locais públicos e privados com a cor amarela e com ampla divulgação de informações sobre o tema.

Embora aconteça durante todo o mês, o auge da campanha se dá no dia 10 de setembro, quando é celebrado o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Mundialmente, a Associação Internacional para Prevenção do Suicídio – IASP na sigla em Inglês – estimula a divulgação da causa.

Em 2015, várias ações foram realizadas para marcar a campanha. Entre elas, vale citar a iluminação de monumentos como Cristo Redentor, no Rio de Janeiro/RJ, o Congresso Nacional e a ponte Juscelino Kubitschek, em Brasília/DF, o estádio Beira Rio, em Porto Alegre/RS, a Catedral e o Paço Municipal, em Fortaleza/CE, Ponte Anita Garibaldi, em Laguna/SC, e o Palácio Campo das Princesas, em Recife/PE. Também foram feitas diversas ações de rua.

Conscientizar para evitar
As entidades que promovem a campanha explicam os motivos que as levaram a promover a iniciativa. “Um problema de saúde pública que vive atualmente a situação do tabu e do aumento de suas vítimas é o suicídio. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da Aids e da maioria dos tipos de câncer. Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas”.

Estudos apontam que a cada 40 segundos, uma pessoa tira a própria vida em alguma parte do planeta. A cada 24 horas, 30 desistem de continuar vivendo no Brasil. A cada mês, dez se matam no Distrito Federal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) avalia que nove em cada dez casos poderiam ser prevenidos. Mas o tabu e o silêncio dificultam no enfrentamento do problema.

Categoria
O assunto tem sido motivo de preocupação constante para as entidades sindicais que representam os servidores do Judiciário Federal e o MPU. Infelizmente, o adoecimento no trabalho, provocado muitas vezes por assédio moral, carga excessiva de trabalho, exigência do cumprimento de metas e queda no poder de compra, têm contribuído para que as pessoas optem por tirar a própria vida.

No Distrito Federal, somente neste ano dois servidores do Judiciário praticaram o suicídio. Um deles era servidor do TSE, tendo interrompido a sua vida no próprio tribunal. O outro foi um caso mais recente: um servidor do CNJ, que se suicidou fora do trabalho.

Na Procuradoria Geral da República, foram quatro suicídios de servidores nos últimos três anos, sendo que três deles ocorreram no local de trabalho.

Em outros estados, também há casos registrados nos últimos anos.

O Sindjus-DF vê com preocupação essa realidade. Durante reunião no dia 2 de setembro, com o Núcleo Psicossocial Institucional do TJDFT, o sindicato e a Fenajufe debateram temas relacionados à saúde mental do servidor. Os dirigentes solicitaram uma proposta de trabalho para abordar questões como o assédio moral, ansiedade, depressão e a prevenção ao suicídio. A expectativa é, a partir de ações em parceria com profissionais que atuam na área da saúde mental, desenvolver uma política de prevenção e tratamento da saúde dos servidores. A intenção é que o órgão “adote” o projeto e desenvolva o trabalho junto aos seus servidores, visando à diminuição de doenças ou transtornos psicológicos diretamente relacionados à realidade em que vivem no local de trabalho. A mesma proposta também deverá ser apresentada aos demais tribunais.

No TSE, os coordenadores Eugênia Lacerda e Itamar Camilo estão participando semanalmente de reuniões com a administração do tribunal para tratar, entre outros assuntos, da saúde mental e da qualidade de vida dos servidores. Eles também participam das atividades a fim de conhecê-las e fazer sugestões de melhorias. Nesta sexta-feira (09), os dois dirigentes participaram do encontro ocorrido no TSE pela campanha “Setembro Amarelo”. Os servidores vestiram alguma peça de roupa amarela e se encontraram no térreo para uma meditação guiada pelos servidores da Unidade de Saúde do Tribunal.

Para o Sindjus, o diálogo e a conscientização sobre o tema são muito importantes.

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