Cercada de grades, Câmara impede acesso durante votação de destaques da PEC 287

Estamos numa Democracia ou num Estado de Exceção?

No dia em que acontece a votação dos destaques à reforma da Previdência (PEC 287/2016), na comissão especial que analisa a matéria, os anexos do Congresso Nacional amanheceram cercados de grades, a mando do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O objetivo desta ação, que fere a livre circulação das pessoas no lugar que é considerado a “Casa do Povo”, é barrar o público que está do lado de fora e que foi acompanhar as mobilizações desta terça-feira, 9 de maio, em Brasília.

O coordenador geral do Sindjus-DF Costa Neto está lá nas dependências da Câmara, mas conseguiu entrar depois de muita dificuldade e argumentação com os seguranças da Casa. Já o coordenador Chico Vaz está do lado de fora, juntamente a outros colegas da categoria, sem poder entrar. Com a Câmara totalmente cercada, o acesso está restrito a parlamentares, servidores, assessores legislativos e profissionais da imprensa credenciados. A via interna de acesso do Senado à Câmara também está com forte esquema de segurança.

A maioria dos manifestantes que estão do lado de fora são agentes penitenciários. Na última quarta-feira (03/05), durante a reunião da comissão especial que aprovou o texto base da reforma, a categoria ocupou o plenário e a reunião foi encerrada, sem votar os destaques. Hoje, eles retornaram, com o objetivo de pressionar por melhorias na proposta.

Mas outros servidores que foram até a Câmara conversar com deputados, pedindo que rejeitem a proposta quando a matéria chegar ao plenário da Casa, também estão sendo impedidos de entrar. Para o Sindjus, tal atitude fere a liberdade de expressão própria da democracia, prevista na Constituição Federal.

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