Mesmo com Congresso fechado, servidores abordam parlamentares sobre PEC 287

A terça-feira (09) foi um dia de grande tensão, na Câmara dos Deputados, para os servidores que lutam contra a aprovação da reforma da Previdência (PEC 287/2016). No mesmo dia em que foram votados, na comissão especial, os destaques ao texto base, aprovado no último dia 3, o presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mandou cercar os anexos que dão acesso à chamada “Casa do Povo”, conforme denunciou o Sindjus-DF. A entrada ficou restrita a servidores, parlamentares e profissionais de imprensa credenciados.

Além das grades, um forte aparato policial dificultava a entrada de dirigentes sindicais que lá estiveram para conversar com deputados sobre os efeitos nocivos da proposta, que ameaça o direito à aposentadoria de servidores públicos e trabalhadores do setor privado.

Após diversas tentativas, o coordenador do Sindjus e da Fenajufe, Costa Neto, acompanhado do presidente da ASSTJ (Associação dos Servidores do STJ), Wite Villela; e da coordenadora da Fenajufe Adriana Faria conseguiu furar o cerco e entrar na Câmara e no Senado Federal. Mesmo lá dentro, os dirigentes não conseguiram acompanhar a reunião da comissão especial, que acontecia no Plenário 2 das comissões. No entanto, aproveitaram a oportunidade e conversaram com os parlamentares em busca de apoio.

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) declarou total apoio à luta e conclamou todos a resistir e lutar até que a PEC 287 seja derrotada. A deputada Erika Kokay (PT-DF) e os deputados Roney Nemer (PP-DF), Assis Carvalho (PT-PI) e Reginaldo Lopes (PT-MG) também declararam voto contrário à reforma da Previdência e total apoio à reivindicação dos servidores.

CPI da Previdência

Ainda na tarde desta terça-feira, os dirigentes se reuniram com o senador Hélio José (PMDB-DF), relator da CPI da Previdência, oportunidade em que solicitaram a participação das entidades e mais informações sobre o andamento da comissão. O senador se queixou da pouca atenção que os veículos da grande mídia têm dado à CPI, tema que tem ficado restrito à mídia alternativa.

Hélio José também disse que, na atual conjuntura, a CPI é fundamental para coletar dados e informações a fim de esclarecer, à população, a verdade sobre a Previdência. Demonstrou sua preocupação em relação ao desfecho dos trabalhos, tendo em vista o forte boicote da base aliada do governo e da grande mídia.

Colocando seu gabinete à disposição, o senador convidou as entidades e os servidores a acompanhar as reuniões da CPI, divulgando os trabalhos e fazendo parte das audiências. Segundo Hélio José, a sociedade deve ficar atenta e dar apoio à comissão de investigação para que seu trabalho não se esvazie.

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