Governo articula votar reforma da Previdência na Câmara até o início de setembro

Mesmo sem o número de votos necessários para aprovar a reforma da Previdência (PEC 287/2016), o governo retomou as articulações com a sua base aliada e a expectativa é votar a matéria até o início de setembro em dois turnos no plenário da Câmara dos Deputados. Agora que a denúncia contra Michel Temer foi arquivada, após a votação dos deputados, o Palácio do Planalto retoma as conversas para garantir apoio à principal medida de seu pacote econômico.

Na tarde deste domingo (06), o presidente recebeu, no Palácio do Planalto, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados; e o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado Federal, para articular a agenda de votação da matéria no Congresso Nacional. Também participaram da reunião os ministros da Fazenda, Henrique Meireles; da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy; e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Por se tratar de uma emenda constitucional, a reforma da Previdência precisa de no mínimo 308 votos para ser aprovada, do total de 513 deputados. Segundo lideranças governistas no Congresso, o objetivo agora é reorganizar a base para conseguir esse quórum, que é considerado alto.

O grande desafio de Temer, Maia e Eunício é conseguir de volta o apoio de deputados que votaram a favor da investigação contra Temer, como os do PSDB e de outros partidos da base aliada. Para isso, vai continuar valendo a política de troca de favores, compra de votos e liberação de emendas parlamentares.

Em entrevista à rádio CBN, Maia destacou o empenho do governo em aprovar as mudanças nas regras da aposentadoria de servidores públicos e trabalhadores do setor privado. Ele disse, ainda, esperar que a base aliada ao governo esteja recomposta para alcançar o quórum de 308 votos.

“Na minha agenda, a Câmara precisa estar votando essa matéria em setembro, a gente precisa estar pronto pra votar a partir do início de setembro. E eu espero que a gente esteja com a base organizada já no final de agosto pra que a gente consiga avançar nessa votação que é decisiva para o Brasil”, declarou.

As movimentações de Temer e seus aliados no Congresso demonstram que é hora de todos os trabalhadores retomarem as mobilizações, de forma unificada, com o objetivo de barrar a aprovação da PEC 287. O governo já demonstrou que fará de tudo para conseguir aprovar as medidas de seu ajuste fiscal, fechando todos os acordos possíveis, como ocorreu na votação da reforma Trabalhista e na votação da denúncia contra Michel Temer. Entendendo que a reforma da Previdência representará um grave retrocesso para a população brasileira, o Sindjus-DF seguirá nas mobilizações e agendas junto às demais categorias do serviço público.

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