Sindjus-DF repudia análise do ex-ministro Nelson Barbosa
Em sua coluna do dia 5 de agosto, na Folha de S. Paulo, o ex-ministro da Fazenda e do Planejamento do governo Dilma, Nelson Barbosa, coloca o reajuste dos servidores do Poder Judiciário como culpado pelo desequilíbrio das contas públicas, tratando nossa recomposição como a pauta-bomba que desencadeou essa nova onda de reajustes salarias ao funcionalismo.
Nelson Barbosa escreveu “há dois anos, quando o governo iniciou suas negociações salariais para o período de 2016-19, o Congresso aprovou várias medidas irresponsáveis do ponto de vista fiscal. Essas ações acabaram vetadas pelo Poder Executivo, mas ainda assim enfraqueceram o governo nas negociações com os servidores. A principal pauta-bomba ocorreu em junho de 2015, quando o Congresso aprovou um aumento médio de 59,5% para os técnicos do Judiciário, divididos em quatro anos”.
O que o ex-ministro do governo Dilma não disse é que os servidores do Poder Judiciário estavam sem reajuste há dez anos. Uma década perdendo poder de compra. Enquanto outras categorias receberam aumentos, os servidores do Judiciário ficaram para trás. Tanto que a recomposição aprovada em 2015, na ordem de 41,47%, não recuperou as perdas passadas e desconsiderou os índices inflacionários futuros, correspondentes ao período do parcelamento do plano (até 2019), que já corroem nossos vencimentos. E essa nova rodada de reajustes alarga o abismo existente entre os servidores do Judiciário e carreiras análogas.
A equipe econômica do governo Dilma, do qual o ministro fez parte, empurrou com a barriga a situação da nossa categoria, então em franco processo de desvalorização salarial. O que gerou essa crise econômica não foi nosso trabalho junto ao Congresso Nacional para derrubar o veto presidencial, mas os esquemas de corrupção desse mesmo governo em que o ex-ministro fez parte. Se existe um culpado para essa crise, certamente, não são os servidores do Poder Judiciário, que lutaram bravamente contra uma década de perdas inflacionárias, mas aqueles que se beneficiaram de dinheiro público. A Lava Jato está aí para provar isso.
Portanto, repudiamos a análise do ex-ministro Nelson Barbosa que quer jogar em nossas costas uma culpa que não é nossa. Exigimos respeito!
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