Dia da Consciência Negra, um dia de luta e de reflexão em prol do respeito
O Dia da Consciência Negra é celebrado no dia 20 de novembro, em alusão à data da morte de Zumbi dos Palmares, o líder do Quilombo dos Palmares, com objetivo de trazer luz sobre a importância do negro na construção da nossa cultura e no desenvolvimento do nosso país, denunciar o racismo manifestado de diferentes formas e enfatizar, sobretudo, a importância do respeito à diversidade e da inclusão.
Falando especificamente do Poder Judiciário e do MPU, a presença de magistrados, procuradores e servidores negros ainda é muito pequena, não representando a realidade nacional, de modo que os cidadãos que recorrem à Justiça encontram, em sua maioria, servidores brancos.
O fim da escravidão não significou a igualdade de condições e direitos entre brancos e negros, de modo que ainda hoje sofremos os reflexos nocivos dessa discriminação. O negro que antes levava chibatadas e era privado de sua liberdade como se não tivesse alma, nos dias atuais recebe menores salários em relação a brancos, estando ainda presente em maior número nas escolas públicas, periferias e penitenciárias. No âmbito do Judiciário e do MPU, que deveriam dar o exemplo, é raro encontrar negros em cargos de chefia.
Somente com a conscientização de que somos todos iguais e pertencemos a uma única raça – a raça humana, vamos poder cicatrizar essas feridas, expurgar essas diferenças e seguir rumo a uma nação onde a democracia racial não seja apenas um discurso. Precisamos sim olhar para o passado, encarar essa tragédia que foi a escravidão, e aprendermos a lição desse que é, sem dúvida, um dos episódios mais tristes deste País que também testemunhou seus índios serem dizimados.
Não importa se negro, branco, amarelo ou vermelho, somos todos merecedores de respeito. Que cada uma possa fazer a sua parte, contribuindo assim para transformar uma realidade de discriminação, de racismo velado, de disseminação de preconceito nas redes sociais e nas ruas, escolas, órgãos públicos, em uma realidade de inclusão, respeitando e aprendendo com as diferenças.
A justiça não é justiça se fizer distinção entre cores. A justiça não é branca, não é negra, não é amarela, não é vermelha, ao tempo que tem em si todas as cores. Essa é a consciência que necessitamos ter, uma consciência expandida e não limitada, radical, sectária. Albert Einstein disse que é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito. Mas não podemos desistir de lutar pelo dia em que desintegraremos a injustiça.
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