Pressão dos servidores leva Guedes a admitir que não cortará salários do funcionalismo

Após pressão dos servidores, o ministro da Economia, Paulo Guedes, mudou o seu discurso em relação aos servidores públicos, os quais já chamou de parasitas.

Na manhã desta segunda-feira (27/4), durante conversa com jornalistas na saída do Palácio da Alvorada, ao lado de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes afirmou que não vai mexer no salário dos servidores públicos. Sem dúvida, essa mudança de postura, visto que Guedes defendia ferrenhamente o corte salarial dos servidores em razão da pandemia do Covid-19, é fruto da pressão exercida pelos servidores.

O Sindjus-DF realizou uma campanha digital contra a redução salarial dos servidores públicos. O Sindicato também atuou junto com outras entidades, como Fonacate e Sindilegis, dentro do Congresso Nacional contra propostas dessa natureza. Além disso, por meio de outdoors, busdoors e mídias eletrônicas na rodoviária do Plano Piloto, o Sindjus-DF promoveu campanha em defesa dos serviços e servidores públicos.

A declaração atual de Guedes demonstra a força dos servidores públicos que, quando unidos e mobilizados, conseguem avanços e impedir retrocessos, e representa uma vitória, uma vez que não haverá cortes de salários.

Mas também alerta a todos para que continuemos unidos na luta contra os ataques do governo, bem como para dar uma resposta à altura à ameaça de congelamento salarial que continua na pauta, conforme está registrado na fala extremamente desrespeitosa com os funcionários públicos, que partiu do ministro da Economia no dia de hoje.

“Precisamos que o funcionalismo público mostre que está com o Brasil, que vai fazer um sacrifício pelo Brasil, não vai ficar em casa trancado com a geladeira cheia assistindo à crise enquanto milhões de brasileiros estão perdendo empregos”, afirmou Paulo Guedes.

De forma apelativa, o ministro da Economia mais uma vez agride os servidores públicos e tenta jogar a sociedade contra o funcionalismo. Nas entrelinhas de sua declaração, voltou a taxar os servidores de privilegiados.

O que Guedes não fala é que os servidores públicos estão há vários anos sem reajuste. Os servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público tiveram sua última recomposição salarial aprovada em 2016, de forma escalonada, de modo que a inflação dos últimos anos corroeu ainda mais o poder de compra da nossa categoria.

Há muitos anos os servidores públicos já estão sendo sacrificados por uma política de arrocho salarial, então não é justo falar em cota de sacrifício agora. E mais, os servidores estão realmente com o Brasil, do lado do povo brasileiro, como têm se evidenciado agora no período de pandemia, com diversas categorias atuando na linha de frente, como nas áreas da Saúde e Segurança Pública, e outras, como as do Judiciário e MPU, mantendo a Justiça funcionando.

Os servidores não estão alienados da realidade, tampouco vivendo em “ilhas de fantasia”. Os servidores, como sempre fizeram, estão dando o seu melhor à sociedade, inclusive, movimentando a economia.

Diante de tantos ataques e de um cenário de instabilidade política, devemos ficar atentos e em estado de mobilização, pois embora Guedes tenha mudado o discurso, suas palavras não merecem credibilidade nem confiança, afinal deixou claro que não desistiu de penalizar os servidores públicos.

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