Diretor do Sindjus destaca modelo do projeto Polícia Judicial Amiga dos Autistas em debate sobre mobilidade e segurança na CDH do Senado
O direito à mobilidade segura foi tema de debate em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal, nesta quinta-feira (12). Convidado para fazer parte da mesa de debate, o diretor de Formação e Relações Sindicais do Sindjus Igor Mariano, que também é o diretor do Departamento Nacional de Polícia Judicial, destacou a necessidade de conscientização de uma abordagem segura para os neurodivergentes. Ele reforçou o treinamento dado aos Policiais Judiciais no escopo do protocolo de interação Polícia Judicial Amiga dos Autistas.
Igor Mariano iniciou a fala destacando o apoio e sensibilidade do Sindjus à causa do Transtorno do Espectro Autista (TEA). “As interações inadequadas de forças policiais com as pessoas neurodivergentes motivou e inspirou a formulação de um protocolo de interação, juntamente com o MOAB e o Sindjus, o sindicato que faço parte e que já faz trabalho de apoio aos direitos dos autistas. Em nosso protocolo, os treinamentos abordamos a identificação por meio do reconhecimento de estereotipias mais comuns entre os neurodivergentes, como por exemplo o movimento pendular com o corpo. Muitos policiais ao saber disso, disseram que já tinham vivenciado isso em abordagens, mas não sabiam o que significava. Agora, o policial treinado nesse protocolo, se preocupa com a singularidade de cada indivíduo, permitindo uma análise de cenário melhor para a abordagem”, disse.
Durante a exposição proferida para parlamentares da comissão do Senado, Igor Mariano, destacou que a experiencia da Polícia Judicial, levou a apresentar um modelo para atendimento aos autistas no Poder Judiciário. “O conforto sensorial é outro ponto que estamos buscando para o atendimento de autistas dentro dos tribunais, por isso, estamos apresentando uma proposta no CNJ para instalação de salas multissensoriais, porque embora o policial sendo treinado, as salas sensoriais para atendimento dos autistas nos Tribunais é importante pois o neurodivergente pode chegar em nossa unidade em crise e desregulado sensorialmente”, destacou.
Igor Mariano reforçou que outro debate realizado em audiência pública no Senado, serviu de inspiração para propor treinamento aos Policiais Judiciais, quanto ao combate ao capacitismo. “Durante o lançamento do protocolo, no mês da Consciência Autista, em 16 de abril, o nosso ministro Luís Roberto Barroso, presidente do CNJ e do STF, estabelecemos a primeira fase do programa, quando capacitamos mais de 200 instrutores do programa, representantes de todos os 91 tribunais brasileiros, além de sessões judiciárias. A partir da próxima edição do treinamento, nossos policiais serão capazes de combater à discriminação e ao capacitismo, de modo que, a experiencia que estamos logrando através do respeito a diversidade representa um novo pacto entre a polícia a sociedade, a Polícia Judicial vai lançar no próximo ano dois novos protocolos: Polícia Judicial parceira dos povos originários e o Polícia Judicial no combate à violência de gênero e violência contra a mulher”, destaca.
Para o dirigente do Sindjus, “o projeto Polícia Judicial Amiga dos Autistas é afiliado ao ‘PRF Amiga dos Autista’, que foi a porta para o debate propositivo e amplo de direitos humanos e respeito à diversidade na Polícia do Poder Judiciário”, finalizou Igor Mariano.
Os debates foram acompanhados de perto pelo presidente do Sindjus, Costa Neto; a Superintendente da Polícia Rodoviária Federal – PRF-DF – Projeto PRF Amiga dos Autistas, Adriana Pivato; Presidente da Comissão dos Direitos dos Autistas da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Fernando Cotta; e demais representantes de entidades e órgãos sobre mobilidade e segurança.
O Sindjus reforça o apoio ao projeto Polícia Judicial Amiga dos Autistas que muito contribui para o fortalecimento de uma sociedade mais justa e mais diversidade, conscientização e o respeito no PJU e MPU.
Orgulho de ser Sindjus! Filie-se e fortaleça o seu Sindicato.
