Reportagem especial da TV do Sindjus traz relatos das mulheres sindicalistas sobre os desafios, lutas, conquistas e perspectivas para um ambiente mais justo e respeitoso
A reportagem especial da TV do Sindjus, que foi ao ar na última segunda-feira (10/3), fez uma homenagem alusiva ao Dia Internacional da Mulher, na qual ouviu as mulheres sindicalistas que lutam pelos direitos não só das mulheres, mas de toda a categoria. Em relatos emocionantes, as diretoras do Sindjus destacam a trajetória de vida na qual buscam o equilíbrio entre o trabalho, os cuidados com o lar, filhos, carreira e ainda se dedicam ao sindicalismo.
O machismo, o preconceito e a sobrecarga de trabalho são alguns dos desafios que as mulheres enfrentam no sindicalismo. Muitas lidam com jornadas duplas ou triplas. “Sempre é mais difícil para nós mulheres. As pessoas não encaram as mulheres com a possibilidade de ser uma grande liderança. Sempre há uma dificuldade de reconhecer o papel de liderança que uma mulher pode assumir. Eu sou uma dirigente sindical que não tem uma liberação sindical, então, eu tenho toda a tarefa de casa, a tarefa no sindicato, que é muito grande e muito intensa, e tenho um papel no meu trabalho onde eu exerço as minhas funções”, revela Ednete Bezerra, diretora de Administração e Finanças do Sindjus.
A diretoria do Sindjus é formada, na maioria, por mulheres. Mesmo em meio à luta pelos direitos de toda a categoria, elas também enfrentem desafios que vão desde o silenciamento e até situações graves como o assédio. “Uma das funções é a integração. E isso envolve estar perto, conhecer pessoas e muitas vezes as pessoas confundem. O homem deve contribuir nessa luta contra o assédio e contra a violência profissional, porque não é só o assédio sexual, tem o assédio moral explícito. Também acontecem as micro violências veladas no dia a dia, onde em uma reunião você é interrompida, é tratada de forma infantilizada, o homem tentar explicar para você alguma coisa na qual você domina, te corta, não deixar você ter voz, são essas micro violências do dia a dia que não são faladas, mas elas ofendem e não acontecem com todo mundo, há uma diferenciação de gênero, sim, e nós sabemos disso”, relata a diretora Meg Gomes.
Os números mostram que desde representantes históricas como Margarida Maria Alves, até as operárias do início do século XX, a presença feminina ainda está longe de ser equitativa, pois as mulheres representam mais de 40% da força de trabalho no Brasil. Porém nos sindicatos, essa proporção cai para cerca de 20% nos cargos de presidência. Ainda há um longo caminho por igualdade. “A história do sindicalismo brasileiro tem nomes femininos de peso. A gente mexe com muita gente e também representa muita gente. Então, a gente tem que levar essa bandeira de uma forma democrática. Porque realmente cada pessoa tem sua própria forma de pensar”, ressalta a diretora Daniela Mendes.
Apesar dos desafios, as mulheres no sindicalismo acumulam conquistas essenciais para toda classe trabalhadora e cada uma dessas vitórias tem a marca da resistência feminina. “Eu penso que a mulher, realmente, tem um jeito mais carismático de chegar até os filiados, principalmente as filiadas, mulheres, porque é mais fácil tratar de mulher para mulher. A gente sabe da necessidade, dos questionamentos, da comunicação diária, e eu penso que enquanto mulher eu ajudo muitas outras filiadas nas questões sindicais que elas necessitam”, destaca a diretora Sônia Cardoso.
Mas a luta não pode parar, o sindicalismo precisa de mais mulheres em espaços de decisão. Representatividade não é apenas uma questão de justiça, mas uma necessidade para construir um mundo de trabalho mais inclusivo. “A gente tem muita coisa para mostrar, você tem muita coisa ainda para se doar, para transmitir, porque esse conhecimento que a gente adquiriu ao longo do tempo, a gente tem muito para passar e tem muita gente precisando desse nosso conhecimento. O sindicalismo feminino é resistência, coragem e transformação”, defende a diretora Arlete Ribeiro.
O Sindjus defende a presença das mulheres nos espaços de decisão não apenas por ser um direito, mas uma necessidade para o futuro mais justo para todos. A luta é de todos e juntos vamos construir um ambiente mais justo e respeitoso.
Confira a reportagem completa:
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