Jornal de Brasília: Tarifa de água mais cara em abril

CAESB Conta do brasiliense terá reajuste de 6,29%

Seria bom se fosse mentira.
Mas não é. A partir de 1º
de abril, o brasiliense vai
desembolsar mais pela água
consumida e pela tarifa de esgoto.
O reajuste será de 6,29%
para os consumidores residenciais,
comerciais, industriais e
órgãos públicos do Distrito Federal.
O aumento foi autorizado
pela Agência Reguladora de
Águas, Energia e Saneamento
Básico (Adasa), e ficou acima do
IPCA – índice oficial de inflação
– que acumulou alta de 5,90%
no acumulado dos últimos 12
meses, tendo como base o mês
de fevereiro.

Em comparação com o ano
passado, quando as tarifas foram
majoradas em 5,97%, o reajuste
ficou um pouco maior. A diferença
é pequena considerando
os reajustes de 2006 (27,54%) e
de 2007 (14,87%). Segundo o
diretor da Adasa, Paulo Cezar
Ávila, o aumento se deu em
consequência do movimento da
inflação.

Desde 2006 a Adasa assumiu
a responsabilidade, que
antes era da Caesb, de regulamentar
o abastecimento de
água e serviços de esgoto no DF.
No entanto essa é a primeira
revisão tarifária realizada pela
agência. A Companhia de Saneamento
Ambiental do Distrito
Federal (Caesb) informou, por
meio de sua Assessoria de Imprensa,
que apenas fornece os
dados necessários para o calculo
da taxa e acata a decisão da
Adasa.

O aumento já preocupa o
consumidor doméstico, os condomínios
e as lavanderias em
Brasília. Para o presidente do
Sindicato das Lavanderias do
DF, Cláudio Mendes, esse aumento
vai prejudicar, principalmente,
o empresário do ramo.
“Não vamos poder repassar esse
aumento para o consumidor por
conta da crise. Vamos ter que
arcar com os custos”, lamenta. O
empresário Mauro Venturim,
dono de uma lavanderia industrial,
compartilha com os colegas
o mesmo medo. “Um aumento
deste é muito alto para quem
consome água em grande quantidade.
Essa é uma reclamação
de toda a categoria”, afirma.

Condomínios

Nos condomínios, o impacto
pode ser ainda maior. Segundo
Delzio Oliveira, um dos diretores
do Sindicato dos Condomínios
Residenciais e Comerciais
do DF (Sindcondomínio),
a previsão é que o aumento das
tarifas de água e esgoto terá um
impacto no bolso da taxa de
condomínio. “Será um impacto
muito grande. Esse item é o
segundo com maior despesa no
orçamento”, diz.

Até quem não consome água
em grande escala tem seus motivos
para se preocupar. O servidor
aposentado José Luiz Siqueira,
62 anos, foi pego de
surpresa com a notícia do aumento.
“Nem estava sabendo do
reajuste. Mas, com certeza, vai
alterar nosso orçamento familiar”,
afirma. Ele mora com a
esposa e dois filhos no Cruzeiro.
O consumo da casa não é excessivo,
mas ele confessa que
consome muita água. “A casa é
grande, tem piscina. É difícil
economizar, mas a com esse
aumento vai ser preciso”, diz.

Consumo é alto no DF

Segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), o
brasileiro gasta mais água que a
média mundial. Uma pessoa
precisa de 110 litros de água por
dia; no Brasil, gastam-se 220.
Em Brasília, a média é de 190.
De acordo com a Companhia de
Saneamento Ambiental do Distrito
Federal (Caesb), os locais
que mais consomem água são
Lago Sul e Norte e Park Way.

A época em que se gasta
mais água é entre os meses de
agosto a outubro. Para evitar
qualquer ameaça de desabastecimento
para os próximos 30
anos, a Caesb começará, ainda
este ano, a construção de três
novos sistemas de abastecimento:
Bananal, sistema São Bartolomeu
e sistema Corumbá IV.

Pesquisadores da UnB calcularam
a quantidade de água
gasta para levar a comida a
mesa. Para um simples cafezinho
– da plantação à cozinha,
precisa-se de 140 litros de água
para cada xícara. Para a produção
de uma safra de arroz,
desde a lavoura são gastos 500
litros de água.

A população desperdiça
muita água sem perceber. Utilizam
mais do que poderiam: um
banho muito demorado, lavagem
de carro com mangueira e
torneira aberta. E, assim, vão
usando, sem noção do abuso e
do desperdício.

Consciência

De acordo com o Programa
das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA), ter plena
consciência de que a água é
finita, fechar bem as torneiras,
não deixá-las abertas ao escovar
os dentes e lavar as louças, regar
o jardim no verão pela manhã
cedo ou à noite, para evitar a
evaporação, e no inverno dia sim
e dia não, são algumas atitudes
que poderiam ser tomadas para
economizar água, e garantir a
sobrevivência do ser humano,
assim como atender às necessidades
das gerações futuras.

Fonte: Jornal de Brasília

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