Servidores ameaçam parar caso não haja movimentação de Peluso

Já faz mais de dois anos que os servidores do judiciário e do MPU esperam pela aprovação do plano de carreira no Congresso Nacional. A categoria, que depende de negociação com os três poderes para conseguir um reajuste salarial, está perdendo as esperanças em seu representante, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, e já começa a se preparar para o caso de uma futura greve. “O Peluso não se movimenta, então temos que pressionar e fazer com que ele olhe para seus servidores com uma paralisação significativa”, alerta Arnaldo Correia, técnico judiciário do Fórum da Ceilândia, que recebeu os diretores do Sindjus nesta sexta-feira (18). “Temos que ir a luta e parar de esperar sentados. Se não for através da greve a classe não é ouvida nem respeitada”, completa Celso Gonçalves da Silva, técnico no mesmo fórum.

Celso acredita que esta luta que se reinicia agora em 2011 é emblemática. “Se não vencermos corremos o risco de enfraquecer a categoria. Não podemos deixar isso acontecer. Os servidores do judiciário já estão voltando para os bancos de cursinho em busca de novas carreiras, porque não dá para continuar com esse salário”, avaliou. Flávia Cabral, analista no fórum da Ceilândia, também acredita que não dá mais para esperar pelo ministro Peluso. “O ministro promete e não cumpre. Talvez não tenhamos conseguido aprovar o plano por falta de união da categoria. Então agora, se tivermos que parar, é fundamental que estejamos todos juntos. Vamos fazer uma greve que realmente incomode e atrapalhe, para que eles sintam a falta do nosso serviço”, reforçou a servidora.

William Estrela, técnico administrativo da promotoria da Ceilândia, acredita que no caso dos servidores do ministério público as reivindicações devem ir além da aprovação do plano. “Temos que cobrar a posição do Procurador Geral para que ele exija a independência do MPU em relação ao judiciário nas reivindicações salariais. Além disso, o Gurgel precisa ser mais ativo e deve participar de todas as negociações”, defende o servidor que faz um alerta aos companheiros de categoria. “Essa não é a hora de se tratar forma de remuneração. Temos que aprovar o plano que já está lá. O sindicato já está mostrando para que veio. Agora é a hora de participar das mobilizações”.

Após a seqüência de visitas dos diretores em todos os órgãos do judiciário e do MPU, o Sindjus elaborará um calendário de atividades para mobilizar toda a categoria e aumentar a pressão nas autoridades competentes.

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