Calma Mantega, nosso reajuste é para 2012
O Plenário da Câmara dos Deputados realiza hoje, desde as 15 horas, uma comissão geral para debater a crise financeira internacional. Estão presentes os ministros da Fazenda, Guido Mantega; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; e da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Também confirmaram presença o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega e o presidente da SR Rating, Paulo Rabello de Castro.
Os ministros da equipe econômica foram convidados para explicar as medidas do governo para conter o impacto, no Brasil, da crise fiscal dos Estados Unidos e da Europa. Eles também deverão falar sobre a nova política industrial, anunciada no dia 2. A comissão geral foi proposta pelo presidente da Câmara, Marco Maia.
Mailson da Nóbrega afirmou que essa crise não chega nem aos pés da que enfrentamos com sucesso de 2008. A explanação é importante para que os parlamentares fiquem mais tranqüilos para apreciar os projetos 6613 e 6697 que tramitam naquela casa. Por mais que a mídia faça terrorismo com a situação financeira mundial, que sofre turbulência após o rebaixamento da nota da dívida norte-americana, não há necessidade de cortar na carne dos servidores do Judiciário e do Ministério Público. O nosso reajuste só será em 2012. Sem prejuízos, portanto, às contas mundiais e brasileiras.
Ontem (8/8), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, alardeou que diante do agravamento da crise mundial o governo não pretende conceder nenhum aumento aos servidores públicos. Foi uma declaração precipitada uma vez que os impactos ainda não foram avaliados. Na crise internacional passada, durante o governo Lula, ficou provado que a melhor forma de enfrentar um período de instabilidade é fortalecendo o serviço público.
Essa lógica deu tão certo, na época, que o Brasil foi o primeiro país a sair da crise. O próprio Mantega afirmou que temos meios para enfrentar a crise com tranquilidade. “Temos a experiência”, constatou. Para Mantega, a prioridade, neste momento, é estancar a sangria nas bolsas e reconstruir a confiança dos investidores, consumidores e empresários. Ou seja, atitudes imediatas. Os reflexos do nosso projeto só serão sentidos a médio/longo prazo.
Não há razão para esse estardalhaço todo da mídia. Há muitos anos os Estados Unidos não são de fato mais aquele país estável e confiável que era no passado e a própria Standard & Poor’s (a agência de classificação de risco) não tem a devida credibilidade. Segundo especialistas, é a pior instituição à qual alguém deveria recorrer para receber opiniões sobre as perspectivas de um país.
Antes de rebaixar os papeis da dívida dos Estados Unidos, a Standard & Poor’s enviou um esboço preliminar do seu novo relatório ao Departamento do Tesouro. Os funcionários do departamento identificaram rapidamente um erro de US$ 2 trilhões nos cálculos da Standard & Poor’s. E o erro era daquele tipo que nenhum especialista em orçamento poderia cometer. Após discussões, a agência admitiu que estava errada – e rebaixou os Estados Unidos assim mesmo, após remover uma parte da sua análise econômica do relatório.
O Japão foi rebaixado pela Standard & Poor’s em 2002. Nove anos depois, ainda consegue pegar dinheiro emprestado livremente e a juros módicos. Portanto, não existe motivo para levar a sério o rebaixamento dos Estados Unidos. O próprio presidente da Standard & Poor’s admitiu que os países emergentes não sofrerão os efeitos dessa medida.
Diante do exposto, continuaremos o trabalho para que todo o Judiciário continue confirmando seu orçamento. Não é hora para atitudes que reforcem e alimentem a imprensa contra os servidores.
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