Proposta de 15,8% faz crescer a greve

Caravanas de servidores se reuniram na tarde desta quarta-feira em frente ao TRE, em Brasília, para convidarem mais colegas a aderirem à greve. Eles manifestaram seu repúdio à proposta do governo de 15,8% de reajuste, mas avaliaram que foi um avanço, já que a posição inicial da presidenta Dilma era de reajuste zero.

O resultado foi claro. A maioria dos servidores no Distrito Federal reagiu. No TRE foi formado um comando de mobilização, com seis integrantes, com a missão de multiplicar o número de servidores que estão parados.

“O pessoal quer dar mais força à greve. E o momento é bom, já que se abriram as negociações”, afirma José Ricardo Britto, que integra o comando de mobilização. “Queremos intensificar o movimento.”

Mais pressão – A quarta-feira foi uma confirmação da determinação demonstrada pelos servidores no dia anterior, durante as manifestações em frente ao STF, enquanto a diretoria do Sindjus negociava com o presidente Ayres Britto. O dia foi agitado e, em praticamente todos os locais de trabalho no Distrito Federal, a rejeição foi unânime.

Como, por exemplo, na assembleia realizada no Fórum Leal Fagundes. As pessoas ficaram indignadas. E responderam com mais adesões, pois consideraram que o governo ofereceu ao Sindjus o mesmo percentual oferecido a categorias que tiveram contracheques reajustados há cerca de dois ou três anos. Os servidores do Judiciário e do Ministério Público estão há seis anos sem reajustes.

No encontro das caravanas no TRE, a dirigente do Sindjus Sheila Fonseca ressaltou a conquista dos professores universitários. “A presidenta Dilma acenou com reajuste zero para todas as categorias. Mas, por causa do fortalecimento da greve, os docentes chegaram a quase R$ 5 bilhões no orçamento.”

Balanços parciais – “Quem acompanha a greve desde o começo, vê que avança cada vez mais. Rompemos a barreira do não”, acentua Adevilson Fernandes, do comando de greve do Leal Fagundes. “A presidenta Dilma reconheceu a força da nossa greve. Mas precisamos melhorar. Cada servidor agora tem que trazer mais um, até que nosso ato seja vitorioso”.

“Em Sobradinho, a categoria em peso rejeitou a proposta do governo”, relata o técnico judiciário Salim Nader, que trabalha no fórum da cidade. “Há poucos dias, me perguntaram por que eu aderi, e eu respondi que foi por vergonha e dignidade. E hoje comecei o dia com muito mais ânimo e com força para dizer não, e para exigir o que é nosso direito”.

Waldomiro Carvalho, do comando de greve de Planaltina, disse que na cidade a proposta de 15,8%, a ser paga em três anos, provocou a mesma reação. “Eu tinha dito a mim mesmo que não entraria em greve. Mas, tive vergonha e estou aqui. Não foi para isso que estudei tanto. A luta cresce, mas temos que lutar mais ainda”, adverte o servidor. Segundo ele, a greve chega a cerca de 50% na cidade.

“Isso, contando-se os estagiários que estão trabalhando, exercendo tarefas da nossa função”, contabiliza Waldomiro. “Dos 25 oficiais de Justiça, só três estão trabalhando. A segurança está sendo feita pela PM e por vigilantes tercerizados. Não há servidores fazendo a segurança, há apenas um plantão, mas eles não estão no balcão, somente estão de prontidão para o caso de alguma emergência”, cita ainda.

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