Sindjus repudia a CUT que utiliza servidores do PJU/MPU para defender governo

O Sindjus repudia de forma veemente a atitude da CUT de citar o “Manifesto de servidores do Poder Judiciário da União e do Ministério Publico da União, em defesa da democracia e contra o golpismo” dando a entender que essa é a posicão da categoria. O manifesto foi publicado, juntamente com um texto, no site da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no dia 23/3/2016.

Definitivamente, não há como generalizar o apoio da nossa categoria ao manifesto supracitado, pois há servidores com diferentes opiniões sobre esse tema. Há aqueles que defendem o impeachment da presidente Dilma, quem defenda sua manutenção no cargo e quem ainda tenha outras posições sobre esse assunto.

Sendo assim, a Central atuou com irresponsabilidade veiculando um manifesto onde, teoricamente, haveria unanimidade em torno “da defesa da democracia e contra o golpismo”, pois somos mais de 120 mil servidores em todo o país e, como já dito, há uma pluralidade de opiniões que deve ser respeitada.

O Sindjus exige imediata retratação da CUT, pois esse manifesto não reflete o entendimento da maioria dos servidores. Como não há unanimidade, para que o documento fosse legítimo seria necessário que trouxesse o nome dos signatários que apoiam essa causa.

O que é unanimidade entre os servidores do Poder Judiciário e do MPU é a indignação com a desvalorização salarial enfrentada pela categoria. E não há nenhum manifesto da CUT solidário a essa causa que em 2015 gerou a maior greve da história desses servidores.

A CUT, como uma central de trabalhadores, ao menos a sigla diz isso, deveria focar sua atuação na luta da classe trabalhadora e não na defesa de um governo, que ataca os trabalhadores, impõe perdas salariais e cortes orçamentários e ainda tenta retirar direitos em nome do ajuste fiscal. Os servidores do Poder Judiciário e do MPU exigem respeito e não admitem ser utilizados dessa forma.

Somos uma categoria formada por diversas correntes de pensamento, que respeita o diferente como construção democrática e que se une em prol de objetivos comuns que dizem respeito diretamente à carreira dos servidores do Poder Judiciário e do MPU. Fora desse contexto, os servidores são livres para empunharem suas bandeiras pessoais, mas não aceitam manipulação.

Com manobras dessa natureza, a CUT comprova porque saiu pela porta dos fundos de muitos sindicatos Brasil afora. O próprio DF, em Assembleia realizada em 2015, de forma simbólica, aprovou a desvinculação da CUT, reivindicação essa que será votada no próximo Congresso do Sindjus.

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