Categoria aponta união e greve como saída para aprovação do PCCR

Se o cenário pede medidas drásticas, então elas devem ser tomadas. Este parece ser o sentimento dos servidores do judiciário e do MPU que estão cansados de esperar que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, cumpra com o acordo de negociar o plano de carreira após o fim das eleições. “O Peluso precisa aprovar já esse plano e cuidar dos servidores dele, senão ele vai perder”, avalia Mércia Alves da Silva Técnica TRT, visitado nesta quinta-feira (17) pelos diretores do Sindjus.

Além do descaso das autoridades, a categoria também tem sofrido com informações destorcidas que circulam na internet. “Tem muita gente desinformada entre os servidores. É totalmente inoportuno ficar mandando e-mails para desestruturar a categoria. Não é o momento para ser a favor daquilo que é contrario ao plano. Agora é a hora de estarmos unidos”, alerta Mércia.

Esse sentimento de união vem ganhando força a cada visita feita pelo sindicato nos órgãos do Distrito Federal. “O servidor não pode ser figurante. Ele tem que ser personagem principal nesse momento de pressão”, explica Altevi da Costa técnico judiciário TRT. “Nós servidores precisamos lutar. Precisamos nos unir, abraçar essa idéia. Se tiver que fazer greve vamos parar mesmo, vamos criar força. É assim que funciona. Se ficar fingindo que existe movimento não vai dar certo, temos que fazê-lo real”, avisa Eduardo Melo, Técnico Judiciário TRT.

Greve aliás, parece ser a única saída encontrada por alguns servidores. “Temos firmar nossa posição de que não estamos satisfeitos com o salário. O caminho é uma tentativa de dialogo e se não for possível, é greve mesmo. Já esta passando do momento do dialogo. Tivemos dialogo durante todo o ano de 2010 e não houve um consenso. Agora acho que o caminho mais forte e mais veemente para demonstrar essa insatisfação é a greve”, defende Thawyo Rosenthal, Analista Judiciário do CNJ.

Ao que tudo indica, os servidores parecem não estar mais dispostos a escutar desculpas e, principalmente, cansaram da descriminação em relação a funcionários públicos de outras categorias. “Caso o plano não seja aprovado o judiciário e o MPU perderão os bons servidores do quadro”, acredita Issana Rocha, analista do TSE que também recebeu os diretores. A servidora é uma das muitas que está disposta a usar todas as armas para conseguir o reajuste salarial. “Ninguém vai resolver por mim. Eu tenho que fazer a minha parte. Não importa o serviço que eu tiver, não importa o volume de trabalho, eu vou participar de todos os atos porque eu descobri que é a união que realmente faz a diferença. A gente tem que ir, tem que fazer volume, tem que fazer massa. Se um ditador caiu com a força popular, por que a gente não vai conseguir um aumento?”, instiga Issana.

Além do plano, o Sindjus constatou outras carências dos servidores nas visitas desta quinta-feira. Nas varas de trabalho, por exemplo, falta restaurante e o auxílio alimentação recebido é bem abaixo dos demais colegas de categoria. Já no Conselho Nacional de Justiça os servidores se queixaram da falta de plano de saúde e de creches para as mães deixarem seus filhos.

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