Temer e Dilma falam a mesma língua quando o assunto é arrochar em nome do ajuste fiscal

O presidente interino Michel Temer anunciou nesta terça-feira (24/5), o primeiro conjunto de medidas para a economia e tudo continua como antes – a política do arrocho, o discurso do ajuste fiscal, a austeridade.

Recentemente, o então ministro da fazenda de Dilma Rousseff, Nelson Barbosa, declarou que a proposta de ajuste fiscal do governo Temer é praticamente idêntica ao que foi trabalhado pelo governo Dilma. No entanto, na avaliação dele o Congresso vai aprovar esse ajuste fiscal em tempo recorde.

Assim como no governo Dilma, a contensão de gastos públicos é o cerne do governo Temer. Há um limite para despesas federais, a partir de 2017. Isso já levando em conta a nova meta fiscal deficitária de R$ 170,5 bilhões.

O governo enviará ao Congresso uma Proposta de Emenda Constitucional para limitar as despesas levando em consideração a inflação do ano anterior. Isso significa que as despesas não terão aumento real, apenas reposição das perdas pela inflação.

Temer afirmou que “nos últimos anos, observou-se um crescimento grande do gasto, acima da inflação (…) as despesas do setor público se encontram em uma trajetória insustentável”.

As primeiras medidas também contam com a desvinculação das despesas de saúde e educação para que o teto seja respeitado, a devolução de R$ 100 bilhões por parte do BNDES ao governo federal, a alteração da gestão dos fundos de pensão, para evitar que a administração dos fundos seja contaminada por interesses políticos, a aprovação da Lei de Responsabilidade das Estatais, o não aumento dos subsídios que são dados a certos setores econômicos, a extinção do Fundo Soberano que hoje, tem R$ 2 bi, em caixa, desobrigação de Participação da Petrobrás no Pré-sal.

Temer também coloca como fundamental a reforma da Previdência. Embora centrais sindicais foram chamadas ao debate, Temer insiste em dizer que 65% da população concorda com a reformulação da previdência no Brasil. Ou seja, o novo governo quer empurrar a nova reforma da Previdência goela abaixo dos trabalhadores.

Querendo conter a crise político-econômica, deter o déficit público e apresentar resultados à população, Temer está disposto a cortar na carne, na carne do funcionalismo público. Ele salientou que são somente as primeiras medidas; vem muito mais por aí. Por isso, devemos continuar atentos e preparados para lutar por nossos direitos e reivindicações.

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