Imóvel anunciado por quase um ano por R$ 1,3 milhão, é comprado pela Fenajufe por R$ 1,4 milhão. Sindjus exige explicação

O Sindjus tomou conhecimento, recentemente, que o imóvel comprado pela Fenajufe em dezembro de 2019 no valor de R$ 1,4 milhão, estava anunciado até novembro de 2019 pelo valor de R$ 1,3 milhão. Ressalte -se que o referido anúncio de R$ 1,3 milhão permaneceu nesse valor por quase um ano, até novembro de 2019, ou seja, por R$ 100 mil a menos do que o valor da aquisição, conforme prints dos anúncios abaixo.

A compra do imóvel, que foi efetuada à vista, ocorreu sem que os Sindicatos filiados sequer tivessem conhecimento nem sido consultados.

Além disso, segundo consta na Consulta à Executiva da Federação n. 20/2020 (Veja AQUI o inteiro teor), divulgada nas redes sociais e altamente elucidativa sobre os trâmites dessa compra, a Comissão responsável por fazer os estudos para a aquisição do imóvel não apresentou os documentos necessários para subsidiar decisão de tamanha envergadura, na Reunião de Diretoria da Fenajufe, do dia 6/12/2019, que autorizou a compra. Segue trecho da Ata de reunião a esse respeito, divulgado na Consulta, in verbis:

“c. Compra da nova sede da Fenajufe. Os coordenadores Policarpo e Fernando Freitas, membros da comissão designada pela Executiva para procurar e avaliar as propostas de novo imóvel, deram informe do trabalho realizado. Verificaram cerca de oito imóveis, entre eles um no valor superior a quatro milhões de reais que aceitava a atual sede no negócio, outro da CSPB que está bloqueado na justiça e teria que fazer o pagamento em juízo e este que estão indicando para compra. O imóvel fica perto da atual sede, continuando em ponto central da cidade, tem trezentos e setenta metros quadrados e a documentação está em ordem. O valor do imóvel é um milhão quatrocentos e cinquenta mil reais. Embora todos fossem a favor da compra de um imóvel – até porque é um clamor da categoria que já aprovou em instâncias superiores a resolução do problema acessibilidade da sede e dos banheiros – houve divergência no sentido de aguardar um pouco mais e tentar negociar a atual sede no negócio para não ficar com o imóvel parado tendo despesas de condomínio. Houve também intervenções afirmando que não se aceita um imóvel numa venda ao custo de cinquenta por cento do valor da compra e que essa discussão já ocorreu em outros momentos na Fenajufe e toda vez que foi adiado não ouve a compra e gastou-se o dinheiro, ademais comprando agora pode-se utilizar o período de férias e recesso para fazer a reforma. Após a conclusão do debate, o coordenador Fabiano declarou o regime de votação e estabeleceu como proposta 1. Compra da sede imediatamente e proposta 2. Deixar a deliberação para a reunião de março. A proposta 1 obteve os votos de nove coordenadores (Policarpo, Juscileide, Leopoldo, Thiago, Edson, Ramiro, Charles, Erlon e Fernando Freitas) a proposta 2 obteve seis votos (Elcimara, Fabiano, Roniel, Belém, Pita e Ranulfo) e zero abstenções. Declarada aprovada a proposta 1 de compra imediata da sede. Em seguida o coordenador Fernando Freitas apresentou a necessidade de se estabelecer também o valor destinado à reforma para iniciar os trabalhos assim que a compra for efetivada. O coordenador Policarpo apresentou a proposta de orçar no valor de quinhentos mil reais, abrangendo todo o processo da reforma como o pagamento do engenheiro ou arquiteto, a mão de obra da reforma, materiais de construção, móveis e equipamentos. O projeto será encaminhado para a executiva avaliar e aprovar mediante consulta virtual. A comissão para a reforma continua a mesma da compra da sede, o coordenador Erlon se apresentou para contribuir também. Fica estabelecido que será feito um auditório para cento e cinquenta pessoas para comportar todas as Reuniões Ampliadas, Ampliadinhas, da Diretoria Executiva, dos coletivos, encontros etc exceto as plenárias e congressos. Deverá construir banheiros com acessibilidade, móveis novos etc.”;

Segundo consta da Consulta à Executiva da Fenajufe n. 20/2020, apesar de fazer pesquisa de imóveis, não foi demonstrado documentalmente ter havido uma negociação prévia para redução de preço. Sabe-se que é praxe no mercado de imóveis se fazer negociação para redução do valor do bem, que chega em muitos casos a um desconto em média de 10%, ainda mais quando se trata de um pagamento à vista. É senso comum que quando se vai comprar um bem à vista, ainda mais quando se trata de imóvel, que envolve altas cifras, o comprador tem total poder de barganha.

A título de exemplo, a diretoria do Sindjus-DF aponta que o imóvel que o Sindicato comprou recentemente estava anunciado por R$ 1,95 milhão e foi adquirido de forma parcelada por R$ 1,77 milhão, tendo primeiro sido feito todo um estudo de avaliação do valor do imóvel no mercado por Empresa especializada (CVI – Comissão de Valores Imobiliários).

No dia 24/09/2020, considerando a falta de transparência nas informações sobre a compra do referido imóvel, cuja aquisição até hoje não foi sequer informada oficialmente pela Fenajufe aos Sindicatos de Base filiados, o Sindjus-DF, Sintrajufe-CE, Sinpojufes e Sindjufe-TO, no dever de fiscalizar e zelar pelo patrimônio da Federação, oficiaram à Fenajufe (Ofício nº 1258/2020/SINDJUS-DF/SINTRAJUFE/SINPOJUFES/SINDUFE-TO), com cópia aos membros do Conselho Fiscal e aos demais sindicatos filiados, exigindo explicações sobre a compra do imóvel. No documento, os Sindicatos cobram esclarecimentos sobre a falta de publicidade e de dar conhecimento sobre a compra às entidades filiadas, bem como solicitam que sejam informados a data em que foi efetuada a compra, quais diretores foram responsáveis pela negociação, entre outras questões, e apresentação de toda a documentação referente à aquisição.

Por isso, o Sindjus-DF requer que o Conselho Fiscal apure o caso e que a comissão responsável pelos estudos e negociações na compra do imóvel preste explicações, além da Diretoria da Fenajufe.

Confira AQUI o ofício que foi enviado pelos Sindicatos de base à Fenajufe, cobrando esclarecimentos.

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